Mais de 130 das nações mais pobres do
mundo vêm pressionando os países mais ricos a concordar com novas metas para
cortar as emissões de gases de efeito estufa. Os países mais pobres ameaçam
negar o acesso dos mais ricos aos créditos de carbono da ONU, o que pode tornar
mais caro para eles o cumprimento das metas de emissão.
As compensações com créditos de
carbono, das quais 995 milhões já foram emitidas, baratearam para os governos e
as empresas dos países industrializados o cumprimento das metas de emissão, por
meio do pagamento por reduções nas emissões no mundo em desenvolvimento, em vez
de fazer cortes mais caros internamente.
No entanto, o chamado G77, formado
pelos países em desenvolvimento e pela China, disse aos delegados presentes às
conversações da ONU na Tailândia que o acesso aos créditos do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL) deverá se limitar às nações que concordarem em
cortar as emissões para o teto do Protocolo de Kyoto, que começará no ano que
vem.
“Nosso ponto de vista, compartilhado
por mais de 130 países em desenvolvimento, é de que os países industrializados
não podem se beneficiar dos créditos e do comércio das emissões sob o Protocolo
de Kyoto, se eles não estão dispostos a se comprometer com metas legalmente
vinculantes”, disse Sai Navoti, o negociador chefe da Aliança dos Pequenos
Estados Insulares (Aosis, na sigla em inglês).
“Não deixaremos que eles escapem,
conversando apenas das coisas de que gostam”, disse ele à Reuters.
Os países em desenvolvimento planejam corrigir o Protocolo de Kyoto para implementar a proibição durante as conversações climáticas da ONU em Doha, que começarão em novembro.
Os países em desenvolvimento planejam corrigir o Protocolo de Kyoto para implementar a proibição durante as conversações climáticas da ONU em Doha, que começarão em novembro.
Austrália, Japão e Nova Zelândia –
que até agora se recusaram a adotar uma segunda rodada de metas dentro do
tratado de Kyoto de 1997 depois que as existentes expirarem este ano – serão os
mais atingidos pela proibição, pois planejam contar com os créditos baratos
para cumprir as promessas voluntárias de cortes nas emissões até 2020.
Junto com o Canadá e a Rússia, o
Japão afirmou no ano passado que não adotaria uma segunda meta de Kyoto,
alegando que isso não faz sentido, uma vez que outros grandes emissores não são
limitados pelo tratado.
Os Estados Unidos e a China, as duas
maiores economias do mundo e os dois maiores emissores mundiais, disseram que
não adotarão uma limitação legal sobre as emissões antes de 2020. Em vez disso,
preferem concentrar-se nas promessas voluntárias feitas na cúpula climática de
Copenhague em 2009. (Fonte: G1)
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