Sindicalistas de todo o
mundo estão reunidos na capital fluminense para discutir propostas a serem
levadas à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a
Rio+20, e que garantam o desenvolvimento sustentável. Esta é a segunda reunião
mundial de trabalhadores. A primeira ocorreu em Nairóbi, no Quênia, em 2006.
São cerca de 360 entidades sindicais e de mais de 500 delegados de cerca de 100
países.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral
da Presidência da República, Gilberto Carvalho, deu as boas vindas às
delegações em nome da presidente Dilma Rousseff. “Nós estamos fazendo todo o
esforço da parte do governo brasileiro para que a conferência Rio+20 tenha
todas as condições possíveis de logística, de infraestrutura, mas também do
ponto de vista da política, para que o encontro tenha pleno sucesso”,
disse.
O ministro espera que a assembleia
sindical possa levar a Rio+20 uma série de propostas que auxiliem o governo a
encontrar um caminho, particularmente em um momento de crise internacional. “A
conferência da Organização das Nações Unidas [ONU] ocorre exatamente no momento
em que os grandes modelos de desenvolvimento, produção, consumo e distribuição
começam a mostrar sua falência. A crise do modelo é exatamente o momento mais
adequado para nós propormos alternativas para que vozes se levantem em todas as
partes do mundo, propondo um novo modelo do chamado desenvolvimento
sustentável”, ressaltou.
Para o secretário de Política
Econômica e Desenvolvimento Sustentável da Confederação Sindical das Américas
(CSA), Rafael Freire Neto, o principal objetivo do encontro é construir um
conjunto de propostas que possa levar a um modelo sustentável de desenvolvimento
econômico. “Nós necessitamos de trabalho decente, de uma mudança no padrão
energético mundial. Nós podemos passar por uma transição que seja mais justa,
com o desenvolvimento dos países latino-americanos. Para isso, os países mais
ricos têm que pagar um preço maior. Estamos no Rio de Janeiro para apresentar
as demandas dos nossos trabalhadores”, disse.
Já o presidente nacional da Central
Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, considerou que a reunião
sindical internacional no Rio de Janeiro é fundamental para mostrar a força do
trabalhador na construção de uma agenda de discussões para a Rio+20. “Este
encontro mostra a importância do movimento sindical em elaborar um documento
conjunto, em nível internacional, para pressionar os governos a assumirem
responsabilidades na Rio+20. Para nós esses compromissos tem que passar pela
geração de empregos decentes. Não adianta só falar em emprego verde, ou seja,
se não forem trabalhos que tenham garantias formais, com todos os direitos para
os trabalhadores”, ressaltou.
Ainda de acordo com Artur Henrique,
a transição de um modelo de desenvolvimento atual para outro mais sustentável
tem que vir acompanhada de metas e de contrapartidas que governos e empresas
devem seguir. “Nós estamos falando da questão da saúde, segurança,
acidentes de trabalho, da demanda ambiental, social e isso para nós tem
fundamental importância, porque é a vida dos trabalhadores que esta em jogo”,
completou
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