Mais de 160 países têm
encontro marcado a partir de segunda-feira em Hyderabad, Índia, para
concretizar os ambiciosos compromissos assumidos há dois anos, em Nagoya, sobre
a biodiversidade do planeta, e deverão resolver com que instrumentos e
principalmente com que financiamento poderá frear o desaparecimento de espécies
ameaçadas.
A 11ª Conferência das
Partes do Convênio sobre a Diversidade Biológica (CDB) reunirá até 19 de
outubro membros desta convenção da ONU que nasceu há 20 anos na Cúpula de
Terra, no Rio de Janeiro.
"Os próximos dez a
vinte anos são fundamentais visando ao tempo que temos para proteger melhor a
biodiversidade", ressalta Neville Ash, diretor da seção de biodiversidade
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Superexploração dos
recursos, desmatamento, poluição, mudanças climáticas: a taxa de extinção das
espécies é hoje até 1.000 vezes mais elevada que o que se sabia até agora,
lembram os cientistas.
Uma em cada três
espécies de anfíbios, mais de um pássaro em cada oito, mais de um mamífero em
cada cinco, mais de um quarto das espécies de coníferas e também um grande
número de peixes e cetáceos estão ameaçados de extinção.
Esta erosão não apenas
se limita à questão do desaparecimento das espécies, mas também afeta as nossas
economias, com muitos setores que dependem de um meio-ambiente em bom estado.
Em 2010, "ano
internacional da biodiversidade", a conferência de Nagoya, no Japão, teria
permitido a adoção de compromissos ambiciosos.
Uma ambição encarnada
por 20 objetivos para 2020 (como suprimir os subsídios "nefastos"
para o meio-ambiente ou lutar contra a pesca excessiva) e um acordo histórico
sobre um protocolo para distribuir de forma mais igualitária os benefícios da
exploração de recursos genéticos para as indústrias, como a farmacêutica ou a
cosmética.
Em Hyderabad, onde são
esperados os representantes de mais de 160 países dos 193 membros da Convenção,
"é preciso manter o impulso colocando em andamento este grande
plano", indica Julia Marton-Lefèvre, diretora-geral da União Internacional
para a Conservação da Natureza (UICN).
Ainda há muito a ser
feito. Apenas seis países ratificaram até o momento o protocolo de Nagoya, que
precisa de cinquenta ratificações para entrar em vigor.
O principal ponto de
tensão e fonte de divisões entre países em desenvolvimento e países
desenvolvidos - deve ser o financiamento necessário até 2020 para alcançar os
objetivos fixados. Esta questão, especialmente delicada no contexto econômico
atual, não foi resolvida em Nagoya.
O objetivo é cifrar
melhor as somas necessárias e, por outro lado, ver quais os compromissos que poderão
ser assumidos pelos países ricos
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