O clima mundial não é afetado pelos deslocamentos do eixo da Terra provocados por grandes abalos sísmicos, explica Allegra N. Le Grande, do Centro de Pesquisa de Sistemas Climáticas da Universidade Columbia: “As alterações são pequenas demais”, diz ela.
Pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA calculam que o terremoto recente no Japão deslocou o eixo de rotação da Terra em mais de 16,5 centímetros, alterando levemente a distribuição de massa no planeta.
Porém, “alterações naturais na massa da Terra, na atmosfera e oceanos, também causam mudanças de aproximadamente 99 centímetros no eixo de rotação, todo ano”, segundo Le Grande. “Trocando em miúdos, as mudanças ligadas a terremotos são muito menores do que as alterações imperceptíveis que acabam ocorrendo todos os anos”.
De acordo com Le Grande, alterações maiores no eixo provocam mudanças climáticas. A mudança cíclica na inclinação do eixo associada a deslocamentos astronômicos, chamadas de obliquidade, tem um ciclo bastante longo, cerca de 41 mil anos, e mudam a inclinação de cerca de 22,1º para 24,5º. No presente momento, ela está ao redor de 23,4º.
Em latitudes mais altas, uma obliquidade maior significa maior irradiação anual total. Nas latitudes baixas, o oposto é válido e, nas médias, praticamente inexiste mudança. Segundo Le Grande, quando a obliquidade é elevada, as diferenças entre o equador e os pólos na irradiação total e, também, na temperatura, é mais ampla, em resultado o ciclo das estações do ano se torna mais extremo. “Só que as alterações que acontecem todo ano com a obliquidade são tão minúsculas que não percebemos”.
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