sexta-feira, 8 de março de 2013

Sistema Único de Saúde recebe duas mulheres por hora vítimas de abuso sexual segundo o Ministério da Saúde em 2012 foram 18.007 O blog tem alertado "Mulheres cuidado com quem vão se envolver"




     No  Brasil,  segundo  o  Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes “VIVA” do Ministério da Saúde, um total de 18.007 mulheres, deram entrada no sistema público de saúde em 2012 apresentando indícios de terem sofrido violência sexual.

     A maioria delas, cerca de 75%, de acordo com a pasta, eram crianças, adolescentes e idosas. O sistema Viva começou a ser implantado em 2006 em algumas unidades de referência do SUS. Em 2011, a notificação de casos suspeitos passou a ser universalizada para todas as unidades. No ano passado, as estatísticas foram fornecidas por 8.425 unidades do SUS.

     Essas estatísticas funcionam apenas como um indicador, pois não englobam casos de violência nos quais a mulher não procurou atendimento médico ou se dirigiu a uma unidade de saúde privada. A falta de estatísticas integradas sobre abusos sexuais na esfera da segurança pública é uma das principais críticas da ONU ao Brasil na questão do combate à violência contra a mulher.

      "Não há dados oficiais disponíveis sobre o número de estupros de mulheres no Brasil", afirmou Rebeca Reichmann Tavares, diretora regional para o Brasil e Cone Sul da ONU Mulheres (Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres).

      A comunidade internacional discute a situação das mulheres no mundo na Comissão sobre o Status da Mulher, que acontece nesta semana e na próxima na sede da ONU em Nova York.

       Um  dos  objetivos  do  evento,  segundo  afirmou  nesta semana a diretora da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, é que os governos apresentem estratégias para reduzir a violência de gênero no mundo.

         Rebeca  Tavares,  a  representante  brasileira  do  órgão, elogiou a Lei Maria da Penha, que desde 2006 endureceu as punições para quem pratica violência contra a mulher. Porém, disse que para a ONU a violência contra a mulher no Brasil "chega a níveis alarmantes".

      "Com a Lei Maria da Penha, o governo brasileiro deu um importante passo, mas o sistema de Justiça brasileiro reconhece de forma irregular a gravidade da violência doméstica e familiar", disse.

       "Por isso precisamos trabalhar continuamente para conscientizar a sociedade sobre a importância de erradicar a violência contra as mulheres", afirmou.

         "Algumas secretarias de segurança tomam a iniciativa de fazer este levantamento, assim como alguns hospitais, mas não existe uma unificação ou cruzamento de dados", disse.

         Um dos fatores que coloca o governo brasileiro em alerta é que na maioria dos casos de violência sexual o criminoso é uma pessoa próxima à vítima.

        "O  agressor  não  é  desconhecido em 60% ou 65% dos casos. Ele é conhecido, é o padrasto, o pai, o namorado, o amante, o vizinho o avô. Isso nos preocupa muito", disse a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
Segundo ela, a lei possibilita o atendimento das vítimas em um sistema de saúde especializado e permite que uma eventual gravidez seja interrompida, de acordo com a vontade da mulher.

          "Estamos readequando esse serviço. Agora o estupro também acontece na rua, mas ele acontece dentro de casa na maioria dos casos", disse a ministra. "Incentivamos muito a mulher a denunciar."

           Segundo  dados  da  secretaria, o número de relatos de abuso sexual contra mulheres pelo serviço Ligue 180 passou de 320 em 2006 para 1.686 em 2012.

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