Os familiares do
jornalista Vladimir Herzog, morto durante a ditadura militar, receberam na
tarde desta sexta-feira (15) um novo atestado de óbito no Instituto de
Geociências da Universidade de São Paulo (USP). O documento traz como causa da
morte "lesões e maus-tratos sofridos durante o interrogatório nas
dependências do segundo Exército DOI-CODI". No atestado anterior, a versão
para o óbito era de "enforcamento por asfixia mecânica".
A determinação
para um novo atestado de óbito foi do Tribunal de Justiça de São Paulo
(TJ-SP), em setembro do ano passado. O juiz Márcio Martins Bonilha Filho, da 2ª
Vara de Registros Públicos do TJ-SP, atendeu a um expediente de iniciativa da
Comissão Nacional da Verdade, criada para esclarecer as violações de direitos
humanos no período da ditadura militar.
A ministra Maria
do Rosário, que participou da cerimônia, a democracia é um processo constante e
nunca está concluído. “Ela vai avançando quando o governo representando o
Estado assume uma visão democrática e diz publicamente que renuncia toda a
forma de violência e terrorismo de Estado como ocorreu no período da ditadura”,
disse.
Para Clarice Herzog,
viúva da vítima, o novo atestado é motivo de felicidade. “Fiquei muito feliz.
Não é uma conquista só da família, mas da sociedade. Várias famílias agora vão
ter esse direito, também como nós tivemos. A grande conquista foi de anos atrás
quando houve a sentença do juiz”, declarou
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