O secretário de Saúde, Antônio Carlos Nardi, apresentou nesta quinta-feira (30), a situação da dengue e as estratégias de combate aos focos do mosquito e da doença em Maringá, durante reunião do Comitê Municipal de Mobilização contra a Dengue e a Gripe A. “O Paraná está entre os cinco estados que concentram 70% dos casos de dengue e considerada área de alto risco para a doença no próximo verão”, informou Nardi. Os demais estados são Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Desde janeiro o Paraná soma 38.149 casos confirmados, média de 357 casos para cada 100 mil habitantes. Índice que classifica o Estado com alto risco para a doença para o próximo verão. “Principalmente levando em conta que o Paraná registra a circulação dos vírus tipos um, dois e três, com predominância do tipo dois e muitos casos assintomáticos, com alto risco de transmissão”, explica o secretário.
Em Maringá, apresentou Nardi, são 6.346 notificações com 3.658 casos confirmados desde janeiro, com o controle da doença nos últimos meses. “Mas é preciso mobilização, especialmente a partir de agora”, cobrou o secretário. Ele apresentou os números que mostram o trabalho da Secretaria e do Comitê no controle dos casos desde o início do ano.
Foram 451 atendimentos através do disque denúncia, mais de 500 mil visitas a domicílios pelos agentes ambientais, 1.308 visitas a pontos estratégicos, 156 multas aplicadas e 34 atos de infrações em andamento. “Lembrando que a multa só é aplicada depois da notificação”, afirmou Nardi, ressaltando o trabalho das equipes de endemia. “Estão realizando o trabalho com competência, já fecharam o quarto ciclo em setembro visitando 100% dos domicílios”.
O secretário ressaltou também o trabalho da Secretaria de Serviços Públicos, que trabalha na limpeza de fundos de vales, terrenos baldios e áreas públicas. “É muito lixo jogado em todo lugar pelas pessoas, que não podem alegar falta de informação diante de tantas campanhas e tanta cobertura da imprensa sobre os riscos dos resíduos para a proliferação da dengue”, afirmou.
Seca e calhas
A estratégia de combate à dengue do Ministério da Saúde, que deve ser adotada imediatamente, envolve toda a comunidade. “O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pediu a todos os estados e municípios adiantar em 45 dias as ações de combate à dengue, e estamos seguindo a recomendação”, explicou Nardi.
A preocupação imediata, segundo ele, é com as calhas que podem estar obstruídas depois de quase dois meses de estiagem e a volta das chuvas. “É preciso agir rápido”, afirmou o secretário, lembrando que as calhas podem conter ovos do mosquito Aedes aegypti, que com água vão virar mosquitos. Outros pontos que devem ser observados são os resíduos abandonados ao ar livre como sacos plásticos, copos descartáveis e qualquer recepiente que acumule água; seguido de reservatórios de água, pratos de vasos, pneus e até flores que seguram água como as bromélias.
A estatística dos três Levantamentos de Índice do Mosquito Aedes aegypti realizados desde janeiro mostram que quase 50% dos focos estavam em resíduos sólidos, 27,5% em tonéis com água, 7,5% em pneus e 2,5% em caixas d´água. Até o final de outubro a Secretaria de Saúde finaliza o quarto levantamento do ano.
Os dados deste levantamento, de acordo com Nardi, vão orientar as estratégias de trabalho, junto com o planejamento indicado pelo Ministério da Saúde. “São ações envolvendo as secretarias municipais, cada uma com suas atribuições, todos os setores participantes do Comitê Municipal, a imprensa, as instituições de ensino e a população”.
Nardi apresentou as ações a serem realizadas pela sociedade civil e o poder público. Cada setor deve assumir suas ações e multiplicar o trabalho de combate ao mosquito. “Já estamos preparando as campanhas começando com o Finados sem Dengue e depois com as já realizads desde o ano passado mobilizando de forma direta todos os setores da sociedade”, lembrou.
Foi apresentada também as condições da gripe A (H1N1) no município. Desde janeiro são 1.092 casos notificados com 18 confirmados e um óbito. “A situação está totalmente sob controle, não existe motivo de preocupação, mas as pessoas devem manter os hábitos de higiene pessoal e dos ambientes que frequentam”, ressaltou Nardi.
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