O projeto Veículo Elétrico, da Itaipu Binacional em parceria com a empresa suíça KWO e a Fiat, receberá R$ 30 milhões da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia). O recurso será utilizado para nacionalizar a tecnologia aplicada na bateria dos veículos. A bateria, empregada nos protótipos montados no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem do Veículo Elétrico da Itaipu, é importada e seu custo é uma das principais barreiras à popularização desse tipo de veículo.
Segundo o coordenador brasileiro do projeto, Celso Novais, a ideia é desenvolver uma bateria nacional similar à bateria suíça Zebra. Os detalhes da pesquisa ainda estão sendo definidos, mas se pretende trabalhar com duas equipes (uma no Brasil e outra na Suíça) por um prazo de dois anos. A gestão do financiamento da Finep caberá à Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), signatária do projeto. “O domínio dessa tecnologia tornará a fabricação desse veículo ainda mais viável no Brasil”, ressaltou Novais.
As baterias Zebra, utilizadas nos veículos montados na Itaipu, são à base de sódio, níquel e cádmio. Totalmente recicláveis, elas permitem uma autonomia de aproximadamente 100 quilômetros com uma carga completa, suprindo as necessidades de transporte urbano (de, em média, 60 quilômetros diários).
Mário Lúcio Ozelame, assistente da Diretoria Técnica da Itaipu, frisou que não se trata de um projeto para a produção do equipamento, mas sim para pesquisar a tecnologia. “O interesse da Itaipu é meramente ser uma indutora do desenvolvimento de veículos elétricos”, afirmou.
Outra novidade no projeto VE da Itaipu é que os protótipos (carro Palio Weekend, caminhão Iveco e ônibus Mascarello) agora têm ar condicionado. Os modelos anteriores não contavam com esse conforto porque esse equipamento reduzia em 10% a 15% a performance. “Colocamos uma bateria com maior capacidade, o que compensou esse acréscimo”, acrescentou Novais. Para o fornecimento do ar condicionado, um novo parceiro aderiu ao projeto: a Euroar, de Caxias do Sul (RS).
Comitiva suíça – Uma comitiva de parlamentares suíços (dois senadores e três deputados) visitou Itaipu no dia 14 maio. Conforme o primeiro secretário da Embaixada da Suiça no Brasil, Siamak Rouhani, Itaipu foi a última etapa de um roteiro que passou por São Paulo, Campinas (SP), Lins (SP) e Brasília (DF), conhecendo de perto a cadeia produtiva de empresas como Syngenta e o frigorífico JBS, além de visitas ao Congresso Nacional, Banco Central e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
“Uma vez ao ano, o Parlamento Suíço promove uma viagem de estudos a um país, sobre o qual tem interesse e busca se aproximar. Nos últimos anos, o destino tem sido os países do Bric. Os parlamentares já estiveram na China e na Índia. No ano que vem, será a vez da Rússia”, explica Rouhani.
Na Itaipu, a comitiva teve a oportunidade de conhecer os projetos socioambientais e tecnológicos da empresa, especialmente o Veículo Elétrico. O deputado Pirmin Bischof afirmou ter ficado bastante impressionado com o desenvolvimento que o país experimentou nos últimos anos e também com a preocupação ambiental e social que encontrou.
“Na China, não encontrei esse tipo de consciência. Me parece que eles (os chineses) estão preocupados apenas com o desenvolvimento em si”, comentou. “Outra coisa é que, do ponto de vista de um suíço, me parece que os brasileiros estão muito mais próximos da nossa maneira de pensar. Então, acho que existe um potencial muito grande para acordos bilaterais e para a criação de parcerias”.
Empresas suíças têm aproximadamente US$ 31 bilhões investidos no Brasil, o que coloca a Suíça na décima posição no ranking de países investidores no mercado nacional. O senador Urs Schwaller informou que, ao todo, 105 mil brasileiros estão empregados em companhias suíças. Para ele, a relação entre os países, apesar de importante, pode ser expandida.
“Temos muitas semelhanças, como o sistema político democrático com um congresso bicameral, e somos exceção no contexto energético mundial, dado o largo emprego de energia renovável a partir de hidrelétricas”, disse Schwaller.
(Fonte: Itaipu Binacional)