Veja no detalhe o projétil de uma espingarda de
pressão quebrando o vidro e deslocando a água para frente
Após quatro horas de cirurgia, os
médicos do Hospital Cajuru, em Curitiba, conseguiram retirar o chumbinho
alojado na nuca de uma menina de cinco anos. O estado de saúde da criança é
grave e ela permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Apesar disso, a vítima registrou uma
melhora e saiu do coma induzido. Segundo o hospital, a paciente chegou a
responder aos comandos dos médicos, mas continua submetida à ventilação
mecânica.
Ela foi atingida por uma espingarda
de pressão, na manhã de domingo (10). De acordo com a Polícia Militar, o
disparo foi efetuado acidentalmente pelo irmão da vítima, de nove anos. O acidente
aconteceu na casa da família em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba,
e a menina foi levada às pressas para o hospital pelos familiares.
Para o neurocirurgião e professor da
Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luiz Ernani Madalozzo o
disparo deve ter sido efetuado a uma distância bem próxima da vítima, já que o
chumbinho dificilmente consegue penetrar o crânio. “Quando ele penetra, passa a
funcionar como se fosse uma bala comum, de tamanho menor”.
Ainda segundo o médico, o chumbinho
tem um agravante. “Um projétil comum sai incandescente da arma, portanto a bala
fica esterilizada. Já com o chumbinho isso não acontece, ele traz todo tipo de
sujeira. Então, além da lesão causada pelo projétil, há mais esse problema”,
explicou o médico, em entrevista ao G1.
Já a gravidade da lesão e as
possíveis sequelas ocorrem em função do local do cérebro atingido. Mas, de
acordo com o neurocirurgião, há esperança de melhora. “A recuperação em criança
é muito boa. Esperamos que ela evolua bem”, disse Madalozzo.
A espingarda foi comprada há
dois anos pelo padrasto da menina, em uma loja de pesca. O homem prestou
depoimento ontem na delegacia de Piraquara. De acordo com a Polícia Civil,
a espingarda de pressão não exige porte de arma.
“O dono da arma deverá responder
por lesão corporal culposa. É uma arma que não é brinquedo. O mau uso dela pode
ocasionar até a morte”, afirmou o delegado Amadeu Araújo, que investiga o caso