quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Superintendente de Pesca e Aquicultura conhece projeto de Maringá




                Comprovadamente, o maior peixe de água doce do mundo é um peixe-gato pescado no rio Mekong, na Tailândia, em 1º de maio de 2005. O animal tinha 2,7 m de comprimento e pesava 293 kg (646 libras), de acordo com a ONG WWF e com o National Geographic.

O superintendente federal de Pesca e Aquicultura do Paraná, José Wigineski, participa nesta quinta-feira (4), na Prefeitura, de uma reunião técnica de apresentação do projeto do pólo regional de piscicultura e da implantação de um frigorífico de peixes. A reunião, promovida pela Câmara de Agricultura do Codem e Diretoria de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, será às 9h30.
 A proposta do projeto, de acordo com o assessor executivo do Codem, Gilberto Pavanelli, é inserir a região de Maringá no rentável mercado de pescados. Ele lembra que a produção de pescado no Brasil, atualmente, é de 290 mil toneladas por ano. “Políticas públicas em adoção pelo Governo Federal têm o objetivo de estimular a atividade,  permitindo  estimar  a produção em 700 mil toneladas/ano até 2011” observa.
 Com a implementação desses estímulos os técnicos do setor entendem que a carne de peixes tem tudo para se tornar tão competitiva quanto à suína, a bovina ou a de frangos. Aliado a isso é necessário ressaltar que o consumo de peixes pela população brasileira está abaixo da média mundial, de 17 quilos/ano por pessoa. “O consumo no Brasil é de sete quilos/ano por habitante, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo mínimo de 12 quilos/ano”, lembra Pavanelli.
 Junto com o Codem e a Prefeitura, o projeto é desenvolvido pela Norpeixe (associação que representa os piscicultores da região). Pavanelli lembra que no passado foram realizados vários trabalhos pioneiros em benefício da piscicultura.
 Cita como exemplo, o desenvolvimento de técnicas de indução da desova com injeção de extrato de hipófise, muitas experiências de aclimatação, engorda e crescimento, controle das piranhas, trabalho sobre as migrações evidentes dos peixes em seus rios.  No entanto, experiências adequadas em cultivos  de peixes, que culminassem com uma colheita de peixes comercializáveis, raramente chegaram a se concretizar.
 Os particulares induzidos a construir viveiros para peixes e que receberam pequeno número de peixes jovens, principalmente tilápia, para formar seus próprios estoques, não tinham suficiente conhecimento sobre a administração da piscicultura. Na opinião pública e nos conceitos orientadores das instituições privadas, deu-se ênfase a métodos modernos e altamente sofisticada de criação artificial.
 Esses métodos mostraram serem menos convenientes para a economia rural do que os tradicionais. “Assim, o impacto dos avanços preconizados por técnicos de instituições de pesca sobre o desenvolvimento da piscicultura de maneira geral parece ter permanecido insignificante”, explica Pavanelli.
 
REGIÃO METROPOLITANA
 Como cidade sede do projeto, Maringá se caracteriza como pólo de região metropolitana que engloba 25 municípios e uma população de cerca de 700 mil habitantes. Área com forte vocação agrícola pretende que se transforme  em um centro  de produção de peixes no noroeste do Paraná.  Além do interesse do poder público em estimular essa atividade, fundamental para o sucesso do empreendimento, deve-se enfatizar algumas características que fazem de Maringá destaque para que se obtenha sucesso nesse empreendimento.
 A piscicultura no Paraná vem se destacando substancialmente no cenário nacional, sendo que hoje o Estado é considerado um dos maiores produtores de peixes de cultivo do Brasil.
 Além disso, a atividade está em franco desenvolvimento, já que tem se percebido um interesse cada vez maior de empresários com intenção de investimento nesse novo mercado de trabalho. “É importante considerar também, nesse contexto, a proliferação intensiva dos chamados pesque e pague que na prática se constituem em clientes potenciais das pisciculturas”, lembra o assessor do Codem.
 Pavanelli lembra que o sucesso da piscicultura está relacionado diretamente com a possibilidade de se cultivar o maior estoque de peixes no menor volume de água disponível. Outro fator importante a se considerar quando se refere à criação de peixes é a qualidade do produto que irá ser comercializado.
 A região tem a vantagem da Universidade Estadual de Maringá (UEM) já vir se destacando intensamente no que se refere à pesquisa na área de ictiologia e piscicultura, motivado pelos vários departamentos e/ou núcleos que desenvolvem atividades de pesquisa e pós-graduação sobre o assunto.  Podem ser destacados, entre outros, o Nupélia (Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura), o PEA (Curso de Pós-graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais), o Curso de Pós-graduação em Produção Animal, o Curso de Tutoria a Distância sobre Piscicultura, o Departamento de Análises Clínicas, o Departamento de Zootecnia, além da Base de Pesquisas de Porto Rico e a Estação de Piscicultura de Floriano. A ABRAPOA (Associação Brasileira de Patologistas de Organismos) está sendo presidida por técnico da instituição e possui seu endereço atual na UEM.
 Este trabalho vem gerando um grande volume de informações que deverão ser aproveitadas no projeto em questão. Fundamental destacar que o Ministério da Pesca há alguns anos assinou convênio com a UEM visando à doação de uma série de exemplares de tilápia gift, animal geneticamente melhorado (volume de 40% maior na carcaça) que o exemplar comum, com o objetivo de disseminar essa variedade em nossa região.
 
HOMEM NO CAMPO 
 Pavanelli lembra que hoje as espécies mais cultivadas na região e no estado todo é a tilápia, porém alguns piscicultores desenvolvem cultivos também de catfish, pacu, piauçú, entre outros. O sucesso do projeto passa pela construção de um abatedouro de peixes na região, permitindo ampliar a margem de lucros dos piscicultores que já estão na atividade, e servindo de atração daqueles que porventura se interessem em ingressar no setor.
 Além disso, observa o assessor do Codem, se envidariam esforços com o objetivo de se obter a certificação necessária para a exportação de boa parte da produção. Isso se viabilizaria graças aos vôos internacionais de cargas que chegam ao Aeroporto de Maringá e retornam praticamente vazios. Os aproveitamentos dos subprodutos dos peixes seriam feitos através de técnicas desenvolvidas por pesquisadores da UEM, em especial no que se refere ao couro da  tilápia e a produção de farinha e óleo de peixe

O projeto tem ainda os objetivos e pressupostos:
1. Fixação do homem no campo;
2. Geração de emprego e renda;
3. Aproveitamento de subprodutos;
4. Introdução do pescado na merenda escolar municipal;
5. Interação da atividade com outras áreas da produção;
6. Oferecer produtos para o mercado externo;
7. Mitigação de impactos ambientais;
8. Atividade inserida na agricultura familiar;
9. Implantação de abatedouro municipal;


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