Acadêmicos das universidades estaduais de Maringá e Londrina iniciam nesta sexta-feira (22) a coleta de dados da pesquisa de demanda do Trem Pé Vermelho, o trem de passageiros que será implantado entre Paiçandu e Ibiporã, servindo 13 cidades das regiões de Maringá e Londrina. A pesquisa será realizada nesta sexta-feira, no sábado e domingo, e na terça-feira da próxima semana com os passageiros do transporte coletivo metropolitano e regional e usuários das estradas do trecho.
O objetivo da pesquisa é dimensionar o potencial da região para o trem de passageiros, indicando frequência e dimensionamento da frota, número de estações, quantidade de passageiros, velocidade do percurso e custos do investimento. “A pesquisa é a última etapa do projeto técnico antes da busca de recursos para o investimento na implantação do Trem Pé Vermelho”, explica o coordenador executivo do projeto, Paulo Thimóteo, do Laboratório de Transporte e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (Labtrans).
Até a próxima terça-feira cerca de 350 acadêmicos de graduação e pós-graduação das duas instituições de ensino vão entrevistar passageiros das linhas regulares entre os 13 municípios e motoristas que passam pelos postos da Polícia Rodoviária em Marialva, Apucarana e Rolândia. O projeto é que o trem percorra 152 quilômetros, ligando 13 municípios: Paiçandu, Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina e Ibiporã - atendendo uma população de cerca de dois milhões de habitantes.
O diretor-executivo da Agência de Desenvolvimento Terra Roxa, Alexandre Farina, esclarece que o trem a ser implantado na região é moderno, oferece conforto, rapidez e pontualidade. “Não se trata dos modelos utilizados no transporte de passageiros como antigamente, mas de equipamentos modernos, os chamados Veículos Leves sobre Trilhos que servem importantes cidades em vários países”, disse.
Mais rápido
Desde a última segunda-feira passageiros do transporte metropolitano de Maringá vem recebendo um folheto produzido pela Terra Roxa para informar sobre a pesquisa. “Lembro do trem de passageiros de antigamente, mas se vier um mais rápido a gente vai gostar”, disse o aposentado Alípio Domingues, morador de Paiçandu e que pelo menos uma vez por semana viaja de coletivo para Maringá. “Os ônibus param em muitos pontos, por isso demora”, resume.
A dona de casa Ivanira Mathias, de Sarandi, também aprova a volta do trem de passageiros. Ela utiliza o transporte metropolitano pelo menos uma vez por semana para fazer compras em Maringá, e acha que com o trem ganharia mais tempo. “Se o trem parar só em uma estação em cada cidade vai ser mais rápido né!”, questiona.
Todas as opiniões e dúvidas dos usuários vão para a pesquisa. “O projeto será adequado para a demanda de cada trecho, e o objetivo é oferecer um serviço de qualidade para os passageiros”, adianta Paulo Thimóteo, da Labtrans. Ele apela aos usuários para que colaborem com a pesquisa ao serem abordados pelos estudantes nos próximos dias, seja no interior dos ônibus ou nos postos da Polícia Rodoviária na região.
O Trem Pé-Vermelho é um projeto do Ministério dos Transportes. Os estudos para sua implantação são realizados pelo Laboratório de Transporte e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (Labtrans). A articulação para a implantação do Trem Pé-Vermelho é feita, na região, pela Agência de Desenvolvimento Terra Roxa Investimentos.
As discussões sobre a volta do trem de passageiros na região teve início há cerca de quatro anos, através de articulação da Agência de Desenvolvimento Terra Roxa. Já foram realizados os estudos de viabilidade econômica, que apontaram a região entre Maringá e Londrina como a segunda em potencial para receber trens de passageiros entre 40 analisados em todo o Brasil. Atualmente a região é atendida apenas por serviço de ônibus para o transporte coletivo de passageiros. A maior parte das ligações é servida por uma mesma linha de ônibus e que a frequência diária da maior parte de linhas oferecidas é de uma viagem/dia.