Crédito da foto: Joka Madruga
Em tempos de ataques
contra a liberdade de imprensa, os jornalistas paranaenses estarão, amanhã
(11), no centro de Curitiba, dialogando com a sociedade. O objetivo da ação é
dar continuidade a campanha permanente "BASTA: Chega de perseguição a
jornalistas"
É lá na Boca Maldita.
Mais um ato da campanha permanente "BASTA: Chega de perseguição a
jornalistas" acontece amanhã, 11 de julho, a partir das 10 horas, em
Curitiba. “O protesto é contra os ataques que os trabalhadores da imprensa
sofrem no dia a dia. Estamos, infelizmente com frequência, noticiando inclusive
agressões que partem de políticos. Mas não podemos esquecer que estamos em
período de negociação coletiva e muitas demandas dos trabalhadores serão
expostas”, explica Gustavo Vidal, diretor-presidente do SindijorPR.
#Basta de perseguição
No Paraná têm aumentado
os casos de perseguições, ameaças e agressões a jornalistas. O SindijorPR, em
parceria com outras entidades, criou o Comitê Regional de Proteção ao
Jornalista. Participam deste movimento organizações não governamentais de
direitos humanos, sindicatos, parlamentares, entidades do movimento estudantil
e instituições públicas.
- Jornalistas da RPC TV
foram ameaçados de morte durante as investigações do caso de corrupção na
Receita Estadual e crimes de exploração sexual em Londrina.
- Jornalistas da Gazeta
do Povo são insistentemente chamados pelas polícias Civil e Militar para depor
e revelar suas fontes de informação: isso é proibido por lei.
- Jornalistas em
Umuarama (Noroeste do Estado) foram proibidos de investigar denúncias contra
vereador de uma cidade da região.
- Jornalista em
Francisco Beltrão foi ameaçado por empresário.
- Jornalista em Toledo
foi baleado.
- Jornalistas foram
impedidos de entrar no Tribunal de Justiça do Paraná, em Curitiba.
- Jornalista da Gazeta
do Povo saiu do Brasil por causa de matéria investigava.
- Jornalista foi
ameaçado por político na Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu.
- Jornalistas foram
ofendidos por parlamentares em Curitiba e Guarapuava.
- Em Ponta Grossa,
nesta semana, uma jornalista foi atacada por um vereador da cidade e um
repórter cinematográfico foi agredido na rua durante produção de reportagem.
- Outro caso de
agressão partindo de político aconteceu em Campo Mourão, quando um vereador
telefonou para um jornalista o ameaçando.
#Basta de demissões
No ano passado, o
Sindicato registrou, por meio do “Demissômetro”, que dez empresas no Estado
demitiram 156 profissionais em dois anos. Ao todo, foram 287 demissões no
período, em rádio, TV e jornal. Se não bastasse, a precariedade é ampliada com
bancos de horas irregulares e com a insistente tentativa de rebaixar o piso da
categoria no interior.
#Basta de acúmulo de
função
Outro problema do dia a
dia é o acúmulo de função nos locais de trabalho. Hoje é comum repórter editar
matéria, repórter cinematográfico e fotográfico dirigir o carro da empresa,
assessor de imprensa fazer matéria, diagramar, fotografar e editar. O Sindicato
defende a jornada de 5 horas diárias, pois a considera necessária para garantir
qualidade de vida aos profissionais. A extensão da jornada, além do decréscimo
financeiro e problemas de saúde, reduz o tempo de lazer, o convívio familiar, a
prática de atividades físicas ou culturais. Se preocupe com sua qualidade de
vida.
#Basta de assédio
Na busca por qualidade
de vida nos locais de trabalho, o Sindijor lançou a cartilha Assédio no Jornalismo: ajude a combater. A ideia da cartilha
surgiu após os números expostos na “Pesquisa sobre violência contra os
jornalistas paranaenses”, divulgado em dezembro de 2014. Ao estudar a saúde do
trabalhador, questões importantes vieram à tona. Principalmente alguns números
sobre o tema assédio. Ao responderem a pergunta: “Você já foi vítima de assédio
moral em seu local de trabalho?”, 78% dos jornalistas confirmaram que SIM; 22%
negaram. Para a questão “Sabe de algum colega ou já presenciou alguém que já
tenha sido vítima de assédio moral?”, 83% disseram SIM e 17% disseram NÃO.
Dossiê sobre
perseguição a jornalistas
No fim de junho o
diretor-presidente do SindijorPR, Gustavo Henrique Vidal, esteve na Secretaria
de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (SESP).
Gustavo entregou um dossiê feito pela entidade com relato dos casos de ameaça e
perseguição contra profissionais da imprensa ao secretário Wagner Mesquita. “É
importante ter o apoio da SESP para que as investigações sobre esses casos
caminhem rapidamente. O período que passamos no estado é de constantes ataques
à liberdade de imprensa e ao direito do livre exercício profissional”, explicou
o presidente do Sindicato.
Autor: Regis Luís
Cardoso - Fonte: SindijorPR