Foto divulgação Tamtex
Uma empresa brasileira
especializada em coletes balístico também oferece jaquetas para
motociclistas com esse tipo de proteção. Segundo a Tamtex, a procura por essas
peças subiu 200% depois da divulgação de um vídeo de uma tentativa de
roubo de moto na capital paulista, no início do mês. No entanto, para comprar
este equipamento é necessário ter autorização do Exército.
Após o flagra feito
pelo motociclista, o site da marca passou a ter mais acessos, mas a fabricante
não quis divulgar a quantidade de jaquetas vendidas no período, alegando que
pretende manter a discrição dos usuários.
De acordo com o
Exército, este tipo de vestimenta balística só pode ser vendido ao público em
geral se o interessado tiver mais de 21 anos, e com autorização prévia. A
licença deve ser obtida na Secretaria de Segurança Pública de cada estado e é
preciso apresentar atestado de antecedentes criminais e comprovar vínculo
empregatício.
A Polícia Civil
encaminha o registro ao Exército. Após a expedição da autorização, que leva de
20 a 30 dias, o comprador pode retirar o produto. São os mesmos requisitos
exigidos para adquirir um colete à prova de bala.
A Tamtex salienta que o
usuário deve sempre levar consigo a licença e é proibido emprestar as jaquetas
a terceiros. Caso a pessoa seja abordada por autoridade com a vestimenta e sem
a habilitação para uso da mesma, trata-se de crime inafiançável, diz a empresa, preços podem ir a até R$ 2,4 mil.
A empresa, que já produz colete balístico, há seis anos, diz ser a única a
ter este tipo de jaqueta no Brasil e uma das únicas no mundo. Por ser um
produto controlado, a Tamtex também precisou de autorização do Exército para
produzir as jaquetas em Mauá (SP). Para vender a pessoa física, é necessária
outra licença, então essa atividade é feita por outra empresa do grupo, a
Irontex. Existem ainda parcerias com lojas de armas em São Paulo, onde as
jaquetas também são vendidas.
Desde o lançamento no
Brasil, há um ano e meio, foram comercializadas entre 150 e 200 jaquetas, diz a
Tamtex. "Não é só pela violência, nossas jaquetas também protegem em caso
de quedas da moto", explica Fábio Silvério, diretor comercial.
Segundo Silvério, não é
possível saber se o aumento da procura é relativo à repercussão do vídeo sobre
o roubo ou pela participação da empresa no Salão Duas Rodas, que terminou
no último dia 13, mesma data da tentativa de assalto. "A partir da
segunda-feira seguinte (14), começamos a ter um aumento enorme em nosso
site", afirma.
Os preços vão de R$
1.825, para as jaquetas de material sintético, e R$ 2.425, para as de couro -
os valores incluem assessoria para obter a autorização de uso junto às
autoridades.
Ao todo, há oito
modelos disponíveis. Também existe a possibilidade de transformar a jaqueta
pessoal do interessado e deixá-la com resistência a disparos. Válido apenas
para as feitas de couro, o serviço custa R$ 1.425.
Capacetes e calças balísticas
As jaquetas balística pesam em média 4 kg, sendo 2 kg devido ao sistema
de blindagem. A proteção balística é feita de Kevlar, uma fibra de polímero de
alta densidade, que está localizada nas áreas do tronco, dorso e pescoço das
jaquetas, enquanto o material plástico fica localizado nos ombros e cotovelos,
para amortecer danos em caso de queda.
Segundo a marca, a proteção do pescoço também inibe a ação de linhas de pipa,
que podem provocar ferimentos nesta parte do corpo dos motociclistas.
A Tamtex disponibiliza
dois níveis de proteção balistico para as jaquetas: a II e a II-A. Segundo a
empresa, a opção II-A resiste a tiros de 9 milímetros e até calibre 40,
enquanto a II também suporta as de calibre 357.
"Nosso intuito é
manter a discrição de nossos clientes. A jaqueta parece e tem o caimento de
peças normais”, explica Silvério. Com a demanda, o empresário pensa em oferecer
outros itens balísticos para motociclistas. “Em breve, teremos calças e,
para mais longo prazo, estamos desenvolvendo um capacete”, completa o
empresário.