sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Após ser denunciado pelo Ministério Público, ex-deputado Ricardo Barros, pede afastamento do cargo político no Governo do Paraná

Crédito da foto: Arquivo/Gazeta do Povo

"ex-deputado federal tenta explicar o inexplicável" 

               O Secretário de Indústria e Comércio do Estado do Paraná, Ricardo Barros (PP), anunciou nesta sexta-feira (3) que vai deixar a pasta para trabalhar na campanha de Roberto Pupin, também do PP, à Prefeitura de Maringá. A licença não é remunerada e quem assume o cargo é o diretor-geral da secretaria, Ercílio Santinoni.

           O anúncio vem quatro dias após a divulgação de gravações telefônicas, feitas pelo Ministério Público (MP), cujo secretário orienta um funcionário da Prefeitura de Maringá a fazer um acordo com empresas que disputavam um processo licitatório no Executivo municipal.
            Ricardo Barros negou que houve qualquer irregularidade nas conversas que manteve com o servidor e garantiu que não utilizou o cargo para exercer influências. Atualmente, o prefeito de Maringá é Silvio Barros, irmão do secretário.
            Em nota, Barros afirmou que com o bom desempenho do candidato Roberto Pupin, no primeiro debate entre os candidatos, as chances de vitória no primeiro turno aumentaram e por isso ele vai se licenciar do cargo antes do previsto. O secretário sai da sexta-feira (10) e retorna, segundo a nota, após as eleições. "Serão semanas de dedicação exclusiva às campanhas, sobretudo nas cidades de Maringá e Londrina, que são consideradas fundamentais pela direção nacional do Partido. Não há como conciliar com o trabalho no Governo do Estado", afirma Barros, que é vice-presidente nacional do PP

Relembre as investigações do Ministério Público do Paraná

            As gravações foram autorizadas pelo Tribunal de Justiça (TJ) e mostram Barros sugerindo ao então Secretário Municipal de Saneamento de Maringá, Leopoldo Fiewski, que arranjasse um encontro para realização de acordo entre as duas empresas que participavam de um processo de licitação para publicidade da cidade. O contrato era de R$ 7,5 milhões.

            Barros se defendeu dizendo que atuou como coordenador político e  não como secretário de Estado. Ele argumentou também que não pediu para que houve favorecimento de uma empresa e que tinha a preocupação que o MP derrubasse a licitação, ficando apenas um concorrente.

          Confira a transcrição de trecho obtido com exclusividade pelo jornal Gazeta do Povo:


Ricardo Barros – É, bom, sobre a licitação da publicidade

Leopoldo Fiewski – Tá

Ricardo Barros – Você viu que tem duas empresas só, né?

Leopoldo Fiewski – Sim, fiquei sabendo ontem

Ricardo Barros - Tá, então primeiro fica a minha preocupação né

Leopoldo Fiewski – Hum hum

Ricardo Barros – Que os caras não podem ter montado um negócio desses né. Que era para ser filha única só, concorrente única

Leopoldo Fiewski – Hum hum

Ricardo Barros – Então, inicialmente, o requisito não cumpre isso. Segundo, eu queria que você promovesse uma conversa dos dois: da Trade com a Meta

Leopoldo Fiewski – Tá

Ricardo Barros – Um acordo nisso aí. Tá bom?

Leopoldo Fiewski – Tá. Hum hum

Ricardo Barros – Quem sabe fazemos uma solução salomônica aí. Porque eu achava que eles tinham se preparado para... Você imagina se ficasse um licitante só. A situação nossa, nossa situação

Leopoldo Fiewski – Ia ficar muito ruim, né. Mas muito ruim

Ricardo Barros – Claro, corremos o risco de o Ministério Público mandar suspender e ficamos sem propaganda,      pô!      Entendeu?
Então, eu não gosto de coisa de amador, sabe Léo. De qualquer forma você, por favor, vê se faz um entendimento aí 



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