quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Policial haitiano atira em militares brasileiros por comida


A segurança é uma das preocupações na capital haitiana
Um grupo de militares brasileiros que faziam segurança do transporte de alimentos nas ruas de Porto Príncipe foi alvejado com tiros na tarde de segunda-feira.
O incidente foi confirmado à BBC Brasil por dois militares que integram o Batalhão Brasileiro no Haiti (BRABAT).
Segundo os relatos, houve troca de tiros assim que os primeiros disparos foram ouvidos.
Um haitiano teria sido preso e identificado como membro da polícia local.
Um dos militares descreveu o episódio como “natural”, já que o terremoto “potencializou” a insegurança alimentar no país caribenho.
Procurado pela BBC Brasil, o comando do Batalhão não confirmou a informação dos dois militares, mas acrescentou que não seria improvável.
Visibilidade
O comandante do contingente militar da ONU no Haiti, general Floriano Peixoto, minimizou o impacto dos recentes episódios de violência no pais.
Segundo ele, a “natureza dos incidentes” registrados nos últimos dias “é a mesma” do período pré-terremoto.
“Tínhamos saques, sequestros (antes do desastre). O que temos agora é uma maior visibilidade”, disse ele.
“Os incidentes já aconteciam antes do terremoto”,acrescentou.
Apesar dos relatos, em situações de violência, sobretudo na favela Cite Soléil, o general diz que os casos são “pontuais”.
O embaixador brasileiro no Haiti, Igor Kipman, disse que violência que se vê em Porto Príncipe é “esporádica”.
“A situação preocupa sim, mas não está em descontrole”, disse o embaixador a um grupo de jornalistas na base militar brasileira.
Ainda segundo o embaixador, a ideia de que as gangues voltaram a dominar a favela “não é verdadeira”.
A expectativa, de acordo com Kipman, é que de um novo presídio, que já estava sendo construído por canadenses no país, fique pronto até março.
Ate lá, os presos serão colocados em prisões provisórias.
Segundo o governo haitiano, cerca de 4 mil presos fugiram das penitenciárias de Porto Príncipe, que ficaram parcialmente destruídas e sem vigilância após o terremoto que devastou a capital.

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